Vale a pena ler esta crônica de Frei Betto. Concordo em gênero, número e grau com ele.
Frei Betto: Economia e novos valores
A crise financeira desencadeada a partir de setembro de 2008 exige profunda reflexão e mudança de atitudes. Ela encerra uma crise mais profunda: a do modelo civilizatório. O que se quer: um mundo de consumistas ou um mundo de cidadãos?
A crise nos impõe mudanças de paradigmas. O que significa a robustez dos bancos diante da figura esquálida de 1 bilhão de famintos crônicos? Por que, nos primeiros meses, os governos do G8 destinaram cerca de US$ 1,5 trilhão (até hoje, já são US$ 18 trilhões) para evitar o colapso do sistema financeiro capitalista e apenas (promessa ainda não cumprida) US$ 20 bilhões para amenizar a fome no mundo?
O que se quer salvar de verdade: o sistema financeiro ou a humanidade?
Não é ético e, portanto, humano, um sistema que privilegia o lucro privado acima dos direitos comunitários; a especulação à frente da produção; o acesso ao crédito sem o respaldo da poupança.
A ética de um novo projeto civilizatório incorpora a preservação ambiental ao conceito de desenvolvimento sustentável da economia; valoriza as redes de economia solidária e de comércio justo; fortalece a sociedade civil organizada como normatizadora da ação do poder público.
O pior de uma crise é nada aprender com ela. E, no esforço de amenizar seus efeitos, não se preocupar em suprimir suas causas. Talvez, as religiões não tenham respostas que nos ajudem a encontrar novos valores para o mundo pós-crise.
Mas, com certeza, a tradição espiritual da humanidade tem muito a dizer, pois é na espiritualidade que a pessoa se enxerga e se mede. O ser humano tem sede de Absoluto.
domingo, 28 de fevereiro de 2010
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Ótimo artigo do Frei Betto.
ResponderExcluirNós que somos espíritas (me incluindo) concordo plenamenteb com esta visão.
Frei Betto é uma luz de sensatez.
ResponderExcluirGrata por você ter dividido.